O que se aprende num fim-de-semana 100% desconectado?
Há umas semanas, fui a Cerdeira, uma Aldeia do Xisto numa paisagem natural surpreendente, ali para os lados da Lousã. Meti o smartphone de parte e passei dois dias sem fazer um único scroll, swipe ou tweet. Souberam que nem o entrecosto com castanhas do restaurante Sabores de Aldeia. Aprendi muito e, sem internet por perto, senti-me mais livre.
Uma experiência que acho que que vale a pena copiar. Se tiverem curiosidade, podem ler aqui, no Shifter, a pequena reflexão que escrevi.

O digital causa-nos fatiga mesmo sem nos apercebermos. Antigamente, as pessoas recebiam em sua casa as novidades de outras, por mensageiros e cartas, depois surgiram os telefones e a televisão tornando tudo ligeiramente mais próximo, agora a internet que faz com que essas novidades nos persigam. No bolso, transportamos smartphones que nos mantém agarrados por motivos que nem sempre conseguimos explicar e que, às vezes, nos transformam em autênticos zombies no meio da rua. Ligam-nos ao mundo lá de fora mas desligam-nos do mundo em redor.
E isto pode parecer a conversa do costume quando se fala de tecnologia, mas é uma conversa que é preciso levar mais a sério. A internet, as redes sociais e os smartphones têm os seus efeitos sociais e psicológicos – os serviços estão desenhados para nos prenderem o máximo de tempo possível, através de notificações constantes e de outras mecânicas que mexem com o nosso cérebro, criando a sensação de mal estar quando não estamos conectados. Sem darmos por isso, estamos viciados e, se achamos que não, basta fazer o teste desligando tudo durante uns dias ou uma semana. Faz lembrar o vício do fumo, que a certo ponto se torna um hábito que pouco questionamos porque escolhemos não pensar nas consequências.