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Ouvir rádio para adormecer

Rádio ouve-se no carro. De certeza? Nunca tive carro e sempre ouvi muita rádio. Em casa, enquanto estudava estudar, no trabalho, para adormecer. Quando era mais novo, muitas noites deitei-me eu com o Oceano Pacífico; metia um temporizador no rádio, e aquilo desligava-se ao fim de algum tempo, quando eu já estava noutro mundo. Há alguns meses decidi recuperar esse hábito que tinha de adormecer com rádio, desta feita com os programas nocturnos da Antena 3.

Sempre gostei muito de rádio, em particular da Antena 3. É um bom barómetro do que se passa na música nacional e não só; ficamos a par dos lançamentos de discos, das músicas novas, dos concertos que aí vêem, dos artistas que estão a surgir, etc. Apesar de ter uma playlist às vezes demasiado repetitiva, a Antena 3 pode ser uma boa companhia durante um dia de trabalho; e não todos os dias porque sim, a mesma playlist todos os dias é uma seca. As rubricas ao longo da emissão dão-lhe outro sabor: adoro a Linha Avançada, mesmo não gostando de futebol; gosto muito também do Domínio Público, é uma excelente revista-áudio.

De noite não há playlist. Nem rubricas. Os programas de autor tomam conta da Antena 3 e há programas muito bons na grelha – cada noite é uma noite diferente. Sempre que consigo procuro deitar-me cedo para acordar cedo, pelo que acabo por apanhar sobretudo os programas das 23 e/ou da meia-noite – e às vezes os finais dos das 22. Ou seja, costumo apanhar isto:

  • DOMINGO: começar a semana com música calminha, seja n’A Profecia do Duque ou no Pingue Pongue;
  • SEGUNDA: de segunda a quinta há sempre Portugália e Indigente às 22 e 23, respectivamente. E é sempre bom. À segunda, à meia noite, há O Disco Disse, um programa muito giro em que se ouve um disco do início ao fim e mais algumas músicas de outros discos que têm a ver com o álbum em escuta;
  • TERÇA: à meia noite há Rimas e Batidas, às vezes mais a tender para o hip hop, outras mais para a electrónica, ambos bons embaladores;
  • QUARTA: costuma ser um programa de um convidado, agora tem sido Carlão ao microfone com o seu Na Margem;
  • QUINTA: já a preparar o fim-de-semana, a meia-noite é ocupada pela Caixa de Ritmos. Logo a seguir, à uma da manhã, vem o Alta Tensão com música bem pesada, e eu tento ou adormecer antes ou desligar o rádio;
  • SEXTA e SÁBADO: a noite é sobretudo ocupada com electrónica, em específico com o Música Com Pés e Cabeça e o Física e Química. Agora também à na sexta à meia noite o Muitos Mundos, uma viagem pelo mundo e pela música sem fronteiras ou estilos.

Independentemente do que esteja a dar, sabe bem. É como ouvir um podcast antes de adormecer. Às vezes há mais música, outras vezes é mais conversa. Gosto dessa imprevisibilidade e gosto igualmente da imprevisibilidade que os próprios programas oferecem.

Não sei se há por aí mais alguém com o mesmo hábito de ouvir rádio para adormecer, o que é certo é que tenho achado uma cena bem relaxante.

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