Em momentos de aflição, quando os telefones fixos deixam de funcionar, o Facebook é uma ferramenta extraordinária.
A zona dos meus avós (Mação, Proença-a-Nova, Sertã…) – onde tantos Verões passei – ardeu. Não ardeu toda, mas sei de pelo menos uma aldeia evacuada, casas e outros bens danificados pelas chamadas e uma noite em alarme. Felizmente, sem vítimas humanas. O fogo chegou perto da aldeia dos meus avós – Vales de Cardigos, Mação. Durante todos os Verões que lá estive, era raro aquele em que não existisse um incêndio próximo, mas nunca as chamas tinham chegado tão perto da povoação.
Os telefones não funcionam e as televisões não dão notícias tão localizadas. Pelo Facebook soube praticamente ao minuto o que aconteceu, o que estava em chamas e o que já tinha estado. Li relatos, vi algumas fotos. Sei que o pior já passou e que os meus avós estão bem. Ainda assim, arderam algumas memórias – minhas e deles.
O Facebook pode ter muitos lados controversos, mas esta conectividade global de que Mark Zuckerberg fala tantas vezes sente-se nestas alturas. Várias pessoas tinha aqui a única forma de perguntar se os seus estavam bem e de obter respostas imediatas.