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Cidade imaginária

Meter estátuas no meio de rotundas é algo que me transcende. Em 2001, João Soares, então Presidente da Câmara, terá decidido colocar esta estátua no meio de uma rotunda que tinha, naquela altura, cinco vias (foi reduzida para três em 2019 com a introdução de uma ciclovia). Mas quem é que coloca uma rotunda de cinco vias numa zona residencial de uma cidade? E quem é que atravessa cinco ou três vias de intenso tráfego para ir apreciar uma estátua?

Depois de mais de duas décadas a viver nesta zona e a olhar para esta estátua, lá decidi transpor o asfalto para ver de que tratava. Tirando os senhores que de vez em quando vêm tratar das oliveiras e aparar a relva (nem vou falar do gasto de água que esta relva representa para ser usada por ninguém), devo ter sido a única pessoa a estar naquele espaço depois da inauguração. “Cidade Imaginária”, assim se chama a dita cuja, é uma escultura da autoria de Charters de Almeida. Não sabia. Não dava para saber. A obra deveria estar identificada com o outdoor gigante para ser vista da janela do carro em três segundos.