Ciclovias que liguem as populações à volta da cidade e não apenas o centro urbano são fundamentais, se quisermos ter regiões mais inclusivas e capazes de oferecer mais opções de mobilidade às pessoas. Fico, por isso, entusiasmado com dois projectos cicláveis – um deles planeado e outro em fase de estudo – para a Região de Coimbra.
Por um lado, a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC) quer criar uma ciclovia de 100 km ao longo do rio Ceira, interligando os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Lousã, Góis e Arganil. Se for bem feita, o potencial é enorme. Esta ciclovia poderá servir inúmeras povoações e permitir deslocações utilitárias, por exemplo, de uma terra para a outra, aproveitando o terreno plano do rio. A ciclovia pode ainda ligar com o transporte público e o futuro Metrobus, promovendo a intermodalidade. Pode também servir para lazer, estimulando o usufruto da Natureza e a actividade física.
Por outro, a Câmara Municipal de Coimbra tem planeada uma outra ciclovia, esta na margem direita do Mondego, ao lado da estrada nacional 111. Serão 18 km planos até à localidade de S. Martinho de Árvore e que passarão por outras seis localidades: Adémia, Cidreira, Geria, S. João do Campo, S. Silvestre e Quimbres. Isto pode ser óptimo, uma vez que aproxima estas povoações da cidade e vice-versa, e que cria também uma ligação ao comboio – uma vez mais, a intermodalidade em jogo. Agora, convém isto ser bem feito! Em Coimbra, há bons exemplos de ciclovias construídas tirando espaço ao automóvel e não ao peão (como deve acontecer), mas ainda se arrisca pouco na hora de comprometer – nem que seja um bocadinho – o tráfego rodoviário.