A ideia da Câmara de Coimbra para reduzir os carros na cidade passa por um sistema chamado Ecovia, composto por estes mini-autocarros eléctricos e por parques dissuasores na periferia da cidade (que já existem). Em vez de trazerem o carro para o centro, as pessoas vão puder deixá-lo à porta da cidade e apanhar estes transportes, pagando um passe combinado de estacionamento + transporte. Ao mesmo tempo, a Universidade de Coimbra promete diminuir a oferta de estacionamento no seu pólo I, na Alta da cidade, e alargar o espaço pedonal.
A ideia da Ecovia é interessante e um primeiro passo. Mas não poderá funcionar sozinha. É preciso mais do que colocar autocarros e criar parques dissuasores – é preciso restringir mesmo o acesso ao automóvel à Alta e à Baixa da cidade. Proibir os carros no centro, reactivar os pilaretes e colocar novas formas de bloqueio. Diminuir as velocidades para 30 ou 20 km/h. Criar um sistema público de bicicletas eléctricas partilhadas, para aumentar a capacidade dos autocarros. Acabar com as ruas de sentido único, pensadas no carro. Tornar gratuito e livre o elevador que existe junto ao mercado e que liga as partes Alta e Baixa da cidade. Fazer nascer mais sombra, mais áreas de estadia, mais espaços verdes.
Por agora, e partir de 1 de Junho, os autocarros da Ecovia vão fazer a ligação entre cinco parques na periferia e a o pólo I da Universidade, a Alta e vários serviços de saúde da cidade (Hospitais, IPO, etc). Vão funcionar entre as 7 da manhã e a hora de jantar, com frequências entre os 7 minutos (hora de ponta) e 15 minutos (restantes períodos). Estacionar o carro e fazer uma viagem de ida e volta nos autocarros custará apenas 2,60 euros/dia. Vai haver um passe mensal de 35 euros e passes específicos para entidades e seus colaboradores.