
Tenho tido várias pessoas em Coimbra que, ao me verem de eléctrica, metem conversa para saber mais. Geralmente sabem da existência destas bicicletas e a interacção começa pela bateria – têm algumas dúvidas sobre se a autonomia é boa e se o motor ajuda mesmo naquelas subidas. Respondo que sim, sem hesitar, e ficamos a falar um bocado.
Não será pela minha conversa que alguém irá a correr comprar uma bicicleta eléctrica, mas contactos deste género levam-me a acreditar que estes veículos poderiam ser muito mais populares nas nossas cidades se fossem mais conhecidos. Ao contrário dos automóveis, não somos bombardeados com anúncios a bicicletas na televisão – ninguém nos vende os seus benefícios com aqueles cenários idílicos que a publicidade sabe muito bem montar.
A primeira eléctrica que experimentei foi uma GIRA – as bicicletas partilhadas de Lisboa. O bichinho para comprar uma ficou assim que percebi o quão fácil as subidas ficavam e como conseguia chegar a qualquer lado sem esforço (ou suor). Em Coimbra, uma cidade bem mais inclinada que Lisboa mas muito mais pequena, a bicicleta tem sido uma ferramenta muito útil no meu dia-a-dia.
Tenho a certeza que, se mais cidades instalassem sistemas de bicicletas eléctricas partilhadas, como Lisboa fez, acompanhados por uma boa estratégia e uma boa infra-estrutura, mais pessoas passariam a pedalar no seu quotidiano. Perceberiam que as bicicletas eléctricas aplanam o território e são, em muitos casos, mais eficientes que o carro ou o transporte público. Possivelmente ficariam também com o bichinho para comprar uma para si, para usar em vez do automóvel.
Ou, então, que existissem campanhas públicas de promoção à bicicleta eléctrica enquanto meio de transporte, com direito a experimentação numa modalidade de empréstimo, por exemplo, para que as pessoas pudessem testar a bateria, o motor, as subidas, as descidas, o conforto.