Avançar para o conteúdo

Ramal da Lousã

Em 2010 os comboios deixaram de passar por aqui. O Ramal ferroviário da Lousã foi encerrado com a promessa de ser substituído por um Metro de superfície.

A ideia partiu do Governo de Cavaco em 1994 e as obras começaram há dez anos com Sócrates até serem interrompidas quando se percebeu que esse Metro seria, afinal, demasiado caro. As populações da Lousã, de Miranda do Corvo e de todas as povoações intermédias ficaram sem transporte público decente; restou-lhes uma promessa que nunca se concretizou e a ligação ferroviária nunca foi reposta devido ao desmantelamento da via férrea iniciado aquando das obras.

Nesta brincadeira (política), terão sido gastos mais de 100 milhões de euros. O Governo de Costa promete agora um metrobus – autocarros eléctricos semi-automáticos farão o percurso pelo traçado original do Ramal da Lousã e com ligação ao centro de Coimbra. O projecto prevê mais um encerramento de uma ligação ferroviária – desta vez entre Coimbra-B e Coimbra-A, o troço que resta do Ramal –, tirando o comboio do centro de Coimbra (imaginam o Porto ou Lisboa sem comboio no centro da cidade?) e obrigando 9 mil passageiros diários a um transbordo que hoje não é preciso.

Como escreve João Cunha (@trainmaniac), especialista em ferrovia, “ao desligar o ramal da Lousã da rede ferroviária nacional e ao convertê-lo num serviço de autocarros, Portugal vai gastar mais dinheiro do que se repusesse simplesmente o canal ferroviário e o electrificasse”.