Avançar para o conteúdo

Ferrovia

Artigo muito pertinente sobre a ferrovia nacional que vem no último Jornal Mapa e que inclui uma entrevista a Manuel Tão, especialista em transportes da Universidade do Algarve (que o Fumaça entrevistou no ano passado). Deixo aqui alguns excertos:

  • “Já não temos uma rede. Temos uma linha Lisboa – Porto, que tem ao lado uma redundância que é uma Linha do Oeste completamente decrépita, e ramalecos desta linha”
  • “o transporte ferroviário de passageiros representa hoje somente 4,2% do transporte terrestre e fluvial. Deste, quase 90% corresponde a serviços urbanos e suburbanos de Lisboa e do Porto”
  • “na UE, só há um transporte que reduziu continuamente as suas emissões desde 1990, ao mesmo tempo que aumentou os volumes de transporte. Chama-se comboio. E só há um país que desactivou tantas linhas e perdeu tantos passageiros. Um só país que tem mais quilómetros de autoestrada do que de ferrovia. Chama-se Portugal”
  • “por cada euro que se pretende investir na ferrovia, através do famigerado Ferrovia 2020, o estado paga quatro euros todos os anos em rendas às concessionárias [de autoestradas]”
  • “Um exemplo flagrante é Viseu: a maior cidade de toda a União Europeia que não tem comboio. «Estamos a falar de uma ligação de 40 km. Se ainda não se fez ao longo de 34 anos de fundos europeus para o desenvolvimento regional, isso revela bem a mediocridade de quem geriu o território neste país”
  • “é preciso lutar «por um transporte ferroviário público, social, seguro, acessível, sustentável e de qualidade. O futuro tem de ser sustentável, ou não será”

A única ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid foi suspensa pela espanhola Renfe esta semana e poderá nunca mais ser retomada. Entre as duas capitais existe desde meados de Fevereiro uma “ponte aérea” com 8 voos diários e que deverá ser reactivada quando tudo isto passar.

A ferrovia nacional é pobre e não há uma política coordenada com Espanha.

Etiquetas: