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Plástico biodegradável?

Corrijam-me se estiver enganado.

Recentemente numa daquelas almoçaradas servidas a milhares de pessoas, notei que parte da loiça era de ‘plástico compostável’. Curioso, fui pesquisar à net para perceber que plástico é este: aparentemente, é um material que deriva de fontes vegetais – celulose, amido, etc… – e não de petróleo como o plástico convencional; além disso, uma vez deitado fora, decompõe-se naturalmente no meio ambiente, graças ao trabalho de bactérias e de outros microrganismos.

Ou seja: o plástico compostável ou biodegradável parece ser melhor para o ambiente que o outro. Consigo imaginar quem organizou este evento a dizer “compra desses talheres que diz aí que são 100% compostáveis”. Mas há alguns senãos importantes, segundo li: sim, este tipo de plástico é mais ecológico mas só se lhe dermos o destino certo. Não convém colocar no ecoponto amarelo, nem no lixo convencional – o plástico biodegradável deve ir para o ecoponto dos resíduos orgânicos (já se vê alguns) ou directamente para um compostor. Só passando por um processo de compostagem é que este tipo de plástico pode ser verdadeiramente ecológico – a sua biodegradação precisa de condições específicas de calor, humidade, luz, oxigénio, etc…, que numa lixeira convencional podem não existir, levando a que o plástico biodegradável nesse caso seja tão nocivo quanto as embalagens não biodegradáveis.

Em conclusão: de um modo geral, parece existir uma maior consciência colectiva – das empresas aos consumidores – no sentido de evitar o uso de plástico, uma mudança impulsionada pelas novas imposições europeias. Todavia, as alternativas ao plástico podem não ser tão lineares quanto parecem; ou seja, não basta comprar produtos biodegradáveis e achar que o nosso trabalho pelo planeta está feito aí, temos de nos preocupar também com o destino final dos resíduos. E não esquecer que produtos descartáveis são – independente do material – descartáveis e, por isso, nunca serão a opção mais verde!