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Amazónia

Pelas imagens que nos chegam, o que está a acontecer à Amazónia é uma calamidade. Ao contrário do que Bolsonaro quer fazer parecer, a Amazónia não é um assunto seu ou do Brasil, é um assunto que a todos nós diz respeito, que mexe connosco e que, mais importante, tem impactos significativos no clima global. Afinal, sempre ouvi falar em “pulmão da Terra”.

Acho positivo o problema da desflorestação da Amazónia ter-se tornado, por fim, assunto em tudo o que é feed de redes sociais e ter entrado para a agenda política a nível global. Contudo, questiono-me quanto a isso só acontecer perante um grande desastre como este. Só assim é que despertamos?

A Amazónia está mal há bastante tempo, intensificou-se com Bolsonaro e o jornal The Guardian, por exemplo, andava a falar disso quando “ninguém” queria saber. Em Julho passado, o diário britânico publicou um editorial a defender a actuação da Europa perante uma Amazónia mais fragilizada pelo novo Presidente brasileiro, defensor da exploração económica da floresta (madeira, pastagens de gado, campos de plantação, exploração mineira…).

Temos de andar mais atentos, melhor informados e gastar energias nos temas que verdadeiramente importam – não naqueles fait divers que costumam alimentar o dia-a-dia e os telejornais. A comunicação social é um poder importante, que é nosso e que podemos usar para contrariar o poder político quando a política não está bem. Temos de ser exigentes, connosco e com a nossa informação.

“(…) environmentalists, including Green politicians, should work through European political institutions, in the knowledge that the EU is the second-biggest market for Brazilian exports. Firm pressure must be brought to bear in the form of strong environmental regulations, and a refusal to compromise on transparency. Beef or soya farmed on illegally cleared land must not be imported to Europe. At the same time, Brazilian civil society organisations need support to challenge and resist illegal incursions, and to champion their country’s existing commitments – including to reforestation of cleared areas. Climate education must be promoted globally, so that people can better understand what is going on (…).”

The Guardian

Por último, lanço uma questão para debate: como pode uma floresta tão importante a nível mundial ser gerida por um país? Acho que a Amazónia é um assunto global, não é do Brasil. Ou seja, determinadas zonas, pela sua importância para o clima global, deveriam, talvez, ser de gestão mundial. Temos a “sorte” de ser a Dinamarca a mandar na Gronelândia, mas e se fosse o Trump?