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#ccsummit

Gostava de acrescentar duas ou três coisinhas sobre o “global summit” da Creative Commons que decorreu este ano em Lisboa – era bom que ficasse por cá, a cidade também precisa de eventos que olhem para a tecnologia e para a internet segundo a filosofia da partilha, da colaboração, da abertura.

Primeira nota: não podemos avaliar os eventos exclusivamente por números. Cadeiras vazias num grande auditório não significa insucesso. Neste caso, há várias salas e as pessoas estão dispersas, escolhendo o que querem ver. E, pessoalmente, gosto de eventos onde se pode respirar, onde há calma. E não vale a pena andarmos aqui a tentar enquadrar as fotos de uma ou de outra forma só para parecer “bem na fotografia”, como acontece tanta vez em concertos, por exemplo, com pouca gente. Há coisas que são de nicho e o julgamento das “cadeiras vazias” acho que é parvo.

Segunda nota: o design do João Pombeiro fica tão bem aqui. Belíssimo trabalho de ilustração. Pelo espaço do “summit” no Museu do Oriente, era giro ver as diferentes traduções que deu para fazer com a colagem do João. O evento ficou mesmo bonito assim.

Terceira nota: senti que o CC Global Summit estava muito bem organizado, pelo menos aos olhos de quem o visitava. O segredo foi a atenção ao detalhe. Logo à entrada, havia autocolantes com pronomes she, he, they ou ze para a comunidade LGBT+ se sentir incluída; nas casas-de-banho também havia uma nota sobre “escolher a casa-de-banho que melhor serve a tua identidade”. À entrada também, no processo de registo, havia autocolantes vermelhos para quem não quisesse ser fotografado.

Quarta nota: nunca tinha visto um evento tão diverso quanto este CC Global Summit. Não falo apenas sobre igualdade de género, mas também cultural. Portugueses lá não eram muitos entre os cerca de 400 participantes; havia gregos, alemães, franceses, espanhóis, ingleses, norte-americanos, brasileiros… havia católicos, protestantes, muçulmanos, islâmicos, budistas… Aliás, a organização teve a atenção de reservar uma sala para oração. E a melhor parte é que essa diversidade não foi atingida com artifícios, como oferecer bilhetes a mulheres para equilibrar o género da audiência.

Artigo sobre o CC Global Summit em breve no Shifter.