Experimenta abrir a homepage do The New York Times, da Vox ou do Quartz. O que notas? Apesar de estes órgãos de comunicação social terem “casa” nos EUA e de alguns conteúdos serem sobre esse país, consegues facilmente identificar-te com alguns headlines. Por seu lado, abrindo o site de um jornal português irás encontrar apenas artigos relevantes localmente; isto acontece porque medias como os referidos são jornais mundiais, com ambições globais.
Esse posicionamento – intencional ou consequente – acaba por permitir a esses órgãos de comunicação social captar audiência onde quer que se fale inglês; não unicamente enquanto língua oficial, mas como segunda, terceira, quarta… língua. E para essa audiência produzir um conjunto de conteúdos que são relevantes para lá da fronteira norte-americana ou britânica (o The Guardian é também um bom exemplo de jornal mundial).
É expectável que o facto de esses conteúdos serem produzidos nos EUA leve a que, algumas vezes, exista uma certa perspectiva norte-americana nas abordagens que são feitas, pelo que é bom termos primeiro que tudo consciência de que isso pode acontecer e de quais são essas nuances para que possamos fazer uma absorção o mais isenta e independente possível. Por exemplo, podemos ver uma Bloomberg comparar uma determinada situação com o modo como ela decorreria se fosse nos EUA com o seu viés, próprio de uma revista financeira, ou um The Verge ignorar os smartphones da Huawei por China/EUA ser uma relação complicada. Sabemos também que o The New York Times (NYT) é um jornal do Mundo quando as suas investigações tocam questões que não são exclusivas dos EUA.
(excerto de um artigo que escrevi no Shifter)